sexta-feira, 29 de maio de 2015

 
  
             "Uma vida solitária"
Ele nasceu numa vila obscura, filho de um camponês. Cresceu em outra vila, onde trabalhou como carpinteiro até os 30 anos. Então, por três anos, foi pregador itinerante. Ele nunca escreveu um livro. Nunca teve um escritório. Nunca constituiu família nem teve casa. Ele não foi para a faculdade. Nunca viveu numa cidade grande. Nunca viajou a mais de 300 km do lugar onde nasceu. Nunca realizou as coisas que normalmente acompanham a grandeza. Ele não tinha credenciais, a não ser ele mesmo. Tinha apenas 33 anos quando a onda da opinião publica voltou-se contra ele. Seus amigos fugiram. Um deles o negou. Foi entregue numa cruz entre dois ladroes. Enquanto estava morrendo, por meio de sortes seus executores disputavam suas roupas, a única coisa material que tivera. Quando morreu, foi colocado numa sepultura emprestada, por compaixão de um amigo.
(Vinte) séculos se passaram, e hoje ele é a figura central da raça humana. Sinto-me plenamente confiante quando digo que todos os exércitos que já marcharam, todos os navios que já navegaram, todos os parlamentos que já discutiram, todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não afetaram a vida do homem nesta Terra tanto quanto aquela vida solitária. Eduardo Figueiró

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